30 anos de "Seventh Son of a Seventh Son", 20 de "Virtual XI" e 10 da compilação "Somewhere Back in Time: The Best Of 1980-1989"

23-02-2018 11:45

 

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Este ano, 3 registos de Iron Maiden completam datas redondas, 2 de estúdio e 1 compilação. 

"Seventh Son of a Seventh Son" perfaz 30 anos; "Virtual XI", 20 e a colectânea "Somewhere Back in Time - The Best Of: 1980-1989", 10.

E começo por "Seventh Son of a Seventh Son": 7º álbum de estúdio, gravado entre Fevereiro e Março de 1988 nos Estúdios Musicland, em Munique, Alemanha, produzido por Martin Birch e lançado com selo da EMI na Europa e pela Capitol na América do Norte, em Abril do mesmo ano, sendo relançado em 2002 pela Sanctuary/Columbia nos Estados Unidos. Este é um dos grandes registos da banda, um dos seus clássicos e sem dúvida um dos seus melhores trabalhos, épico mesmo, um registo conceptual, cheio de grandes canções, com destaque para "Moonchild", "Infinite Dreams", "Can I Play with Madness", "The Evil that Men Do", "The Clarvoyant" e especialmente "Seventh Son of a Seventh Son", 5º tema mais longo composto pelos Iron Maiden até aos dias de hoje, depois de "Empire of the Clouds", "The Rime of the Ancient Mariner", "The Red and The Black" e "The Book of Souls".

A ideia para a criação desta obra prima surgiu depois de Steve Harris ler o livro de Orson Scott Card, "Seventh Son", publicado no ano anterior ao do disco, 1987. Este livro ganhou um Prémio Locus e foi nomeado para outras 2 distinçôes: os Prémios Hugo e Mundo Fantasia, ambos em 1988. É o 1º livro da série  "The Tales of Alvin Maker", sobre Alvin Miller, o sétimo filho de um sétimo filho. Esta obra é um livro de fantasia/história alternativa, em que os sétimos filhos são possuidores de habilidades mágicas específicas, sendo que sétimos filhos de sétimos filhos são ambos extraordinariamente poderosos e raros. Efectivamente, o jovem Alvin parece ser único no mundo. As suas habilidades fazem dele um alvo para O Desmaiado, que reconhece os seus poderes como sendo os de um Criador, apenas o segundo, já muito tempo passado desde que o primeiro caminhou sobre a água e a transformou em vinho. O Desmaiado move-se em grande parte através da água, tentando matar Alvin nos seus primeiros anos, antes que ele consiga dominar as suas habilidades.

Foi a 1ª vez que a formação usou teclados num álbum e a 2ª em que utilizou sintetizadores depois do antecessor "Somewhere in Time"! 

Foram lançados 3 singles: "Can I Play with Madness", "The Evil that Men Do" e "The Clarvoyant (Live)". O 1º caso até antecipou o lançamento do álbum, pois foi lançado a 20 de Março. Estes 3 temas são tocados com alguma frequência nas digressões da banda, sendo que "The Evil that Men Do" costuma fazer parte de mais de 90% do alinhamento das músicas de cada digressão. Foi ainda lançado em single a versão ao vivo de "Infinite Dreams", como divulgação do video caseiro "Maiden England", editado em 1989 e representativo da digressão correspondente, "Seventh Tour of a Seventh Tour". 

A capa de "Seventh Son of a Seventh Son" foi criada por Derek Riggs.

A digressão "Seventh Tour of a Seventh Tour" passou pelo nosso país, nomeadamente o antigo Pavilhão Dramático de Cascais, no dia 20 de Setembro de 1988.

Chegou ao 1º lugar no Reino Unido e na Finlândia; ao 2º na Holanda, Suécia e Suiça; ao 3º na Nova Zelândia e Noruega; ao 4º na Alemanha; ao 6º na Áustria; ao 12º nos Estados Unidos e ao 39º no Japão.

À semelhança de "The Number of the Beast" e posteriormente "Fear of the Dark", "The Final Frontier" e "The Book of Souls" estreou-se logo no 1º lugar da tabela de álbuns do Reino Unido.

 

"Virtual XI", 11º álbum de estúdio, gravado entre o final de 1997 e Fevereiro de 1998 nos Estúdios Barnyard, em Essex, Inglaterra, produzido por Steve Harris e Nigel Green, foi lançado a 23 de Março desse ano com selo da EMI na Europa e pela CMC/BMG nos Estados Unidos. Este registo marca a despedida de Blaze Bayley como vocalista ao fim de apenas 2 álbuns, depois de "The X Factor".

Foram lançados 2 singles: "The Angel and the Gambler", o qual serviu como tema de apresentação do registo, lançado a 09 de Março e "Future Real".

O conceito para "Virtual XI" foram os jogos de computador e o futebol, do qual a banda é uma incondicional fã. A formação decidiu conciliar estes 2 temas no álbum em sim, pois na altura trabalhavam no jogo para PC, "Ed Hunter" e o Mundial de Futebol França 1998, o qual iria ter lugar nesse ano. Antes do lançamento do álbum, a formação organizou uma digressão de publicidade, na qual disputaram desafios de futebol à volta da Europa com músicos convidados e pró-futebolistas do Reino Unido.

Enquanto grande parte do trabalho artístico no livreto do álbum foi retirado do jogo "Ed Hunter", a capa foi criada por Melvyn Grant.

Foi o 2º álbum da história da formação em que foram utilizados teclados depois de "Seventh Son of a Seventh Son" e como curiosidade, algumas partes foram tocadas por Steve Harris, nomeadamente em "The Angel and the Gambler", "The Clansman" e "Don't Look to the Eyes of a Stranger".

Durante a digressão "Virtual XI World Tour", vários concertos tiveram de ser cancelados, devido a problemas vocais de Blaze Bayley, embora a razão oficial tenha sido a de ter sofrido uma severa reação alérgica ao pólen.

Este álbum foi muito mal recebido pela crítica e pela maioria dos fãs. Se já na altura em que "The X Factor" viu a luz do dia, muito se falou numa quebra de popularidade, aqui ainda foi mais evidente. E foi pena, porque "Virtual XI" é um dos melhores trabalhos da formação, com especial destaque para as primeiras 4 faixas, "Future Real"; "The Angel and the Gambler"; "Lightning Strikes Twice" e "The Clansman". A principal crítica que se pode fazer é ao facto de "The Angel and the Gambler" ser algo repetitiva no que ao refrão diz respeito, mas não deixa de ser um excelente tema.

Só alguns anos depois da saída de Blaze do grupo é que alguns fãs admitiram já aceitar melhor os álbuns com o antigo vocalista. Ou seja, requereu tempo, mas fez-se alguma justiça ao talento vocal de Blaze. Não admira que, depois do regresso de Bruce Dickinson, o sexteto ter chegado a tocar temas da era Blaze nos alinhamentos dos seus concertos, nomeadamente "Sign of the Cross", "Man on the Edge", "Future Real" e "The Clansman". O curioso é que desde 2003, a banda não toca temas da era Blaze nos seus espectáculos, o que é inexplicável, pois é uma parte da história de Iron Maiden.

Aliás, esta digressão colocou a nu as fragilidades de Blaze em interpretar a maioria dos temas da era Bruce Dickinson, chegando mesmo ao ponto de Janick Gers já não conseguir ouvir a voz dele. Mas aí a culpa não foi só de Blaze mas também do resto da formação, pois tinham de adaptar a voz de Bayley aos temas de Dickinson e não tentar chegar aos tons dele como Blaze fazia e dava mau resultado, desafinando e dando a sensação de estar a cantar em sofrimento.

A digressão deste álbum passou pelo nosso país, novamente com um concerto no antigo Pavilhão Dramático de Cascais, no dia 20 de Maio de 1998.

A dita quebra de popularidade ganhou repercussão nas tabelas de vendas, onde as classificações não foram muito famosas: 6º lugar na Finlândia; 12º em França; 16º na Alemanha, Suécia e Reino Unido (aqui, a formação ganhou um Certificado Prata, graças a vendas superiores a 60.000 cópias); 19º no Japão; 23º na Bélgica (Flandres); 24º na Áustria; 26º na Holanda; 28º na Noruega; 39º na Suiça; 44º na Bélgica (Valónia) e 124º nos Estados Unidos.

Sem dúvida que a Finlândia foi o país que melhor acolheu "Virtual XI", tendo conseguido aí a sua melhor classificação (6º lugar), sendo que o single "The Angel and the Gambler" cometeu a proeza de chegar ao 3º lugar!

 

"Somewhere Back in Time - The Best Of: 1980-1989" foi a 6ª compilação da história da banda e, como o título indica, reúne alguns dos temas mais marcantes dos Iron Maiden relativos aos primeiros 8 álbuns, todas faixas selecionadas. Produzido por Martin Birch, foi lançado no dia 12 de Maio de 2008, pela EMI na Europa e pela Universal Music Group nos Estados Unidos. O seu lançamento coincidiu com a digressão "Somewhere Back in Time World Tour", de forma a permitir que novos fãs se familiarizassem com a seleção de material de banda que ia ser tocado ao vivo.

Esta colectânea não apresenta temas novos, no entanto, 4 temas são retirados do álbum ao vivo "Live after Death", sendo que 3 deles são da era Paul Di'Anno, porque o grupo preferiu usar gravações que apresentassem o vocalista actual, Bruce Dickinson em vez de Paul Di'Anno, vocalista dos 2 primeiros álbuns. Ora, uma grande injustiça: então, a compilação retrata 6 álbuns e não 8 e devia ter o subtítulo de "The Best Of: 1982-1989", já que mesmo "Live after Death" é de 1985 e com Bruce Dickinson. Uma parte da história da formação que fica de fora inexplicavelmente... A capa do álbum foi criada por Derek Riggs.

Chegou ao 2º lugar na Suécia (Certificado Ouro, por mais de 20.000 cópias vendidas); 3º na Finlândia (Certificado Ouro, por mais de 10.000 cópias vendidas), 4º na Noruega; 14º no Reino Unido (Certificado Ouro, por mais de 100.000 cópias vendidas); 19º na Bélgica (Flandres); 24º na Nova Zelândia; 26º na Áustria; 31º na Suiça; 36º em Espanha e Bélgica (Valónia); 47º no México; 56º na Grécia e 58º nos Estados Unidos.

Também esta digressão passou pelo nosso país, com um espectáculo no Festival Super Bock Super Rock, em Lisboa, no dia 09 de Julho de 2008.